Cais Mauá á venda, segue um muro de vergonha para Yeda.
Existe uma onda de projetos da construção civil na orla central do Guaíba, nomeadamente 12 prédios da região da rodoviária até a novo Shoping Barra. Cada Shoping planeja uma torre, o clube internacional duas, o malfadado projeto pontal cinco ou seis e agora somos informados que duas torres dentro d´água (no melhor estilo Dubai), atrás do muro da Mauá, são sonhos da governadora e do prefeito. Esta torres seriam de hotéis de luxo, para abrigar a demanda da Copa.
O ponto central do problema, não parece ser ecológico. O centro da cidade é tomado de torres, e mais uma ou menos uma não faria diferença. OS pontos são estéticos e morais. Não parece bonito usar a orla para a iniciativa privada. Ninguém quer o parque Marinha com cara de CAmboriu. Como um turista poderia passear pela orla se ali esta o hotel Softel ou Hilton? A questão do público e privado se impõe.
Ou a sociedade empurra seus gestores contra o capital que propõe privatizar estes espaços, ou eles deixarão de ser públicos. Pense na feira do livro, pense no museu de arte contemporânea, pense na bienal. Pois bem, agora esqueça: o cais da Mauá será vendido para a Softel, com o alegre conluio de gestores municipais e principalmente estaduais. Para a população de Porto Alegre não ficará uma área pública, e sim no máximo uma minarete pequeno, para cinco ou seis pessoas tirarem uma foto.
Sob o pretexto da Copa, querem vender locais públicos para a iniciativa privada. O argumento de que colocar dinheiro público para criar e manter algo na região do cais não seria possível nem correto é balela. Deixando a região como está, e colocando dois bancos, é mais do interesse público que fazer um lindo jardim particular para os executivos da Odebrech jogarem golf. A discussão é entre público (ou seja, dos eleitores) ou do privado (ou seja da rede de hotéis Hilton). E o patético é ver os gestores perfilados contra o público, e pelo privado!
Há uma comissão de políticos estudando como fazer – quais a brechas jurídicas que existiriam- para ir contra a constituição, que evidentemente proíbe tanto a rifa de locais públicos, quanto a inicitiva privada em locais de beira de rio. Pois uma comissão paga com dinheiro público, estuda maneiras jurídicas de tungar o povo de Porto Alegre! Isso não é golpe? (políticos comissionados pelo capital vendo como tirar do publico áreas e entregar a rede Hilton, para arrepio da constituição). É para isso que elegemos “nossos” representantes, para eles nos tirarem lindas áreas públicas, deixarem de fazer o Museu de arte contemporânea e entregarem tudo para o Dado Bier?
A região que vai da rodoviária até o gasômetro, ou mesmo a que vai da ponte do Guaíba até o gasômetro, precisa ser urbanizada por uma firma internacional de urbanismo, na forma de um parque público. Porto Alegre não precisa de mais áreas privadas e sim de novas áreas públicas, que são mínimas. Pode ser um parque permeado de restaurantes, mas nunca de hotéis flutuantes. Da licença gestores, mas não deixaremos vocês "gestarem" uma maracutaia dessas. Campanha "O muro da vergonha é nosso!" E o muro da vergonha está mais ruborizado que nunca! Gestores, privatizem a cara de pau, mas não a orla do Guaíba.
Competência
Há 12 anos
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