Cais Maua

Em defesa de uma parceria público privada em que o que seja público siga-o, e o que é da privada, siga-a!

domingo, 14 de março de 2010

O portoalegrense omisso merece um Cais Blade Runner/ OU: poderá o Tarso Genro nos redimir convocando um plebiscito e auditando esta sem-vergonhada toda no Cais Maua?


A presente administração pública municipal- de Fogaça e liderada na câmara por Naigelstein- conseguiu um feito impressionante sobre a orla do Guaíba: foi nesta administração, e em decorrência do empenho ativo e focado dos vereadores da atual legislatura, que 15 grandes edifícios foram aprovados roubando área do parque Marinha, dentro do rio, em área pública. É o maior loteamento da beira rio da história mundial, seguramente, e em 4 anos.
A contabilidade não é aproximada: existe um prédio em contrução no final da Ipiranga, quando ela se encontra com o rio, bem defronte do anfiteatro pôr do sol. Cada shoping construiu uma torre. O tema do pontal, que expertamente Fogaça colocou em votação, fez a cidade votar (de forma ludibriada, mas fez) que concordava com a privatização e construção de prédios comerciais no local do estaleiro. São mais 4 ou 5 prédios. No cais Mauá, a legislação emplacou um hotel, um shoping da altura da torre do gasômetro, e um espigão de altura épica, seguramente o maior prédio do centro de Porto Alegre, tocando dentro do rio. Também logrou aprovar, com a negativa de apenas 4 vereadores, estacionamento para carros na orla do cais. Fecha a contabilidade a aprovação do Internacional para a construção de três espigões junto ao estádio, tirando área pública da praça. Tem ainda a aprovação de um prédio para a Ospa, dentro do parque Marinha.
                A retórica para semelhante loteamento privado são duas: a copa do mundo, fazer um porto Madeiro em Porto Alegre. A segunda parte da empulhação é que semelhante luxo, uma nova Padre Chagas a beira rio, custa 500 milhões. Um valor assim, chutado, sem base, estratosférico. Como este valor não esta disponível nos cofres da prefeitura, segue o tal raciocínio de vigarista, então....Precisamos dar algumas partes da orla para a iniciativa privada. A imprensa, a população não faz a pergunta necessária: “como assim 500 milhões?, o que vcs pretendem fazer ali no cais além do que já existe? Quem perguntou ao Porto Alegrense se ele precisa de uma nova calçada da fama?”
                Dentro desta afronta ao bom senso, a ecologia sustentável, ao direito público de posse sobre a orla, o portoalegrense se calou. Nenhum movimento fez oposição a Fogaça, a NAgeltein e a Associação de lojistas. Vereadores da bancada das construtoras descaracterizam a orla, entregam para seus amigos, roubam a cidade sob o olhar permissivo da população.
                Pois um povo assim imbecil, que se deixa roubar e não fala nada, merece ter uma orla de espigões privados. A feiúra da cidade, a morte do Guaíba, selada nesta administração, construída por Fogaça e Nagestein, é em última análise responsabilidade de um povo permissivo, despolitizado, que se deixa manobrar pela RBS (que manobrou com a opinião pública neste episódio).  Se Paris é bonita, é por que tem um povo guerreiro (como se viu em 1789). O Rio de Janeiro, idem. Se a orla de Porto Alegre vai virar uma imensa Julio de Castilhos de prédios de escritórios, sem praias, sem idéias e sem vida, privada, é por que o habitante daqui concorda com o argumento dos shopings na beira rio e deixa seu Cais (que hoje é do Portoalegrense), seu parque Marinha, ser roubado pelas empreiteiras e construtoras. Um povo fraco, desatento, que não esta na altura de José Lutzenberger e sua luta da década de 1970.
                Este povo ovelha não merece uma orla como o aterro do Flamengo. Este povo despolitizado – e não os vereadores vigaristas e o prefeito que fica “neutro” enquanto  as empreiterias roubam áreas públicas- é que irão ter uma cidade blade runner. Um povo assim, merece uma orla assim. Se sapucaia é uma cidade anti-estética, é uma representação do nível de educação, cultura e politização dos eu povo. Se Porto Alegre ficou menor nesta legislação, é porque na média, o eleitorado esta inculto, passivo, desinteressado, individualista e consumista. Lamentemos portanto o fim das bienais, da feira do livro na orla, do lindo parque Marinha e da ecologia do Guaiba. Habitantes comigo desta cidade: eu fiz minha parte, vcs merecem o pavor urbanístico que vcs permitiram os políticos construírem.
                E a única esperança é o Tarso ou o outro candidato proporem uma –como diria o Olivio- auditoria nesta privatização toda do Cais. Teremos que manter a esperança que Tarso proponha, como primeira providência de governo, um plebiscito para Porto Alegre votar:
-“queremos uma Calçada da Fama jeca no Cais, ao preço de espigões privados e estacionamentos dentro do rio?  
-Vc concorda com prédios privados dentro do rio?
-Vc esta disposto a por a mão do bolso e pagar uma restauração mais modesta e mais honesta, verdadeira, do Cais? Quem sabe os restaurantes que virão pagam a reforma e não precisamos dar área para nenhum amigo de Fogaça e Yeda...
O povo de Porto Alegre vai seguir calado frente a esta entrega toda? O Tarso vai perder de por este podre de Yeda e Fogaça em discussão na campanha?

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