Cais Maua

Em defesa de uma parceria público privada em que o que seja público siga-o, e o que é da privada, siga-a!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Quem será por nós? A pepsi




No livro Jihad versus McMundo, Benjamin Barber (editora Record-2003) argumenta que não há nada de intrinsicamente errado com o que a iniciativa privada constrói: os shopings, hotéis de luxo e restaurantes são necessários e muito do gosto das pessoas. O que há de problemático neste Mcmundo da inciativa privada, é o que ela não se interessa em contruir, o que ela deixa de fazer: praças, hospitais (que não dão lucro), bibliotecas que emprestem livros de graça. Atualmente até jornais (que passaram a ser deficitários com a internet) – com sua importante missão de pesquisar e divulgar verdades- não são mais “iniciativas” da iniciativa privada.
                É nesse ponto que precisamos do estado. Como a crise de 2008 trouxe para a ordem do dia, o estado tem funções. Além de socorrer a economia em fases de crise, tem a função da “iniciativa pública”. Obras de vital importância para a população, que não interessa ao McMundo custear, apenas o estado pode fazer. Os exemplos de um distrito cultural, de piscinas públicas, de uma praça, de um chafariz são obras que só a iniciativa pública pode se interessar em fazer.  São atribuições do estado, de certa forma a razão de ser da instituição “estado”. Junto com saúde-educação-segurança, só o estado pode proporcionar espaços públicos e cultura. Também só o estado pode zelar pelo meio ambiente, seja via policial ou via legislativa. O capital, como se vê, não se auto-regula no tema “destruição do meio ambiente”.
                Interessantemente o estado brasileiro, neste momento, alardeia que não tem dinheiro para qualquer destas suas atividades fins. O que então nos leva a incômoda pergunta: para que serve o dinheiro dos impostos? Qual a função do estado, se não atende as suas atribuições fins? O estado virou um meio sem um fim. Virou uma instituição para si, sem uma ação no mundo real. O estado arrecada para se manter, sem qualquer ação de fim. E alardeia isso sem ficar vermelho! Quando um político afirma que não tem dinheiro para fazer no cais do porto uma área pública, não sei se chega a perceber, ele esta quase dizendo que devemos demiti-lo. Quem replantou os jacaradás velhos da rua Ferando MAchado foi o dono do restaurante Dado Bier, pois o estado não tem dinheiro. Quem urbanizou a orla da gasômetro foi a Pepsi, pois o estado não tem dinheiro. Devemos esperar que a Pepsi nos governe, nos providencie parques, segurança. Mas sobretudo, que a Pepsi nos dê o que os impostos não dão, ou não poderão dar. Eu quero tanto meu ISSQN quanto meu IPTU de volta, vou entrar na justiça, é quebra de contrato. Paguei pelo que não me entregaram. E quero uma Pepsi na cadeira do prefeito Fogaça.

Um comentário:

  1. Vejamcoisa pior, a pseudo transferência da área da ARENA do Grêmio, umprejuízo de R$ 150.000.000,00 aos cofres do Estado. YEDA/FOGAÇA/FORTUNATI tos juntos.
    Vejam: Hwittler Análise Audiência Pública Arena G http://docs.google.com/fileview?id=0B_79qthrNTZuMThmOGEyNjMtNjE5ZC00YjU0LTlkZjQtMTlhYjNlNmM5OGQy&hl=en

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