Cais Maua

Em defesa de uma parceria público privada em que o que seja público siga-o, e o que é da privada, siga-a!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Livros didáticos chilenos com publicidade, o que esta errado nisso?


O uso  de comercial publicitário em livros pedagógicos da rede pública de ensino no Chile é obviamente uma fronteira inaceitável da ingerência do privado no âmbito da coisa pública. Remodelar o cais Maua de Porto Alegre, meio público (os galpões) e meio privado (um shoping mega na ponta do gasômetro, espigões privados na outra) é um caso parecido ao chileno.
                Atualmente o cais é um porto público. Pertence a cidade, a todos. É uma região degradada, sem manutenção, mas que bem tem servido como formidável centro de eventos, para atividades culturais e até comerciais. Ficaria barato e monumental fazer ali um calçadão, largos verdes e manter a vocação dos galpões para centro de eventos (bienal, feira do livro). Uma mão de tinta, alguns poucos mil reais, e Porto Alegre ganharia um espaço nobre e belo para o turismo, para seu usufruto, um local – de forma análoga ao Parque Marinha, Parcão, Redenção – aberto e público. Um espaço não aviltado por um shoping de subúrbio, um espigão privado.
                Chamar a iniciativa privada para participar da remodelação, em primeiro lugar é uma não necessidade: não se precisa de 500 milhões de dólares para arrumar o que já esta pronto (temos muro, estacionamento, píer e até galpões prontos!). Em segundo lugar, como no caso dos livros didáticos no Chile, é convidar a iniciativa privada para uma tarefa que é pública. É o estado que deve custear reformas em logradouros públicos para o uso público. Em terceiro lugar, é privatizar uma praça da cidade, e que praça: justamente na orla, um local especial e bonito, para o uso privado de lojistas e locatários dos imóveis do espigão.
Podemos remodelar melhor, outros modelos são possíveis. Abaixo o uso do termo, algo espírita, “revitalização” do cais: pelo uso do termo “remodelação”, mais preciso e menos ufanista. Sabemos que vida é uma só, projeto urbanistas são diversos, mais ou menos públicos, mais ou menos bonitos, mais ou menos morais.

Um comentário:

  1. Apoiadíssimo!
    Chega de "parcerias caracu" (o povo entra sempre com o ...joelho)

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