
1- Os moradores da vila Cai-Cai (aquela que ficava defronte ao museu do Ibere), vão receber reintegração de posse? Foram removidos os moradores dali pois em área pública, de preservação, de interesse coletivo, etc... ninguém pode ter moradia. Menos de 10 anos depois, tem o pontal do Estaleiro, tem gente querendo fazer prédio na área do Cais da Mauá, tem prédios gigantes junto ao estádio da Beira-Rio, tudo privado. Pela justiça, temos que dar reintegração de posse para os vileiros despejados. Ou então reservar cotas de estadia no imenso Hotel Hilton ao lado da Usina do Gasômetro, cotas para os antigos vileiros no hotel Hilton. Encontra-se na internet uma foto de despejados protestando contra essa remoção da vila Cai-cai.
2- O bar Timbuca foi removido da vila Assumpção, pois ficava na calçada, sobre o passeio. Também era uma agressão ao coletivo. Agora, com o projeto dos gestores, vão convidar o ex-dono do ex-Timbuca para ser ecônomo do restaurante do hotel Hilton (esse plantado no meio do passeio)? E não esquecer os donos das diversas biroscas removidas (em boa hora, Ipanema sim foi devidamente “revitalizada”) da praia de Ipanema, todos devem receber uma sala nas torres gêmeas defronte da rodoviária.
3- Se o cais em parte, ou no todo, (sei lá: os detalhes do projeto são curiosamente secretos, se é que alguém acredita que uma comissão pública pode fazer uma comissão secreta sobre o destino de uma área pública) será privatizado, haverá indenização para os portoalegrenses? Se o negócio tem essa agressão toda, tem estudo de impacto ambiental? O ministério público vai obrigar as construtoras a fazer um passeio público de 12 Km ao longo do rio dos Sinos para compensar a agressividade social e ambiental dessa projeto Dubai?
4- Se o que hoje é aberto e público vai mesmo ser privatizado, há algum plano de cobrar pedágio para as famílias passearem por ali ? Sabemos o quanto so gestores gostam de pedágios, é um risco não desprezível. É verdade que já há uma discussão com a transvia para cobrar R$7,5 por turista, tudo para manutenção da área?
5- Se as construtoras lembradas pelos políticos para fazer a obra, são as mesmas do malfadado metro de São Paulo e do acidente (negligente) com a estação Pinheiro, temos algum risco do mercado público ser tragado por uma imensa cratera? Não esta no meio da rapina também aquela construtora expulsa do Equador pelo fato de uma hidroelétrica nova estar rachando?
6- Qual o argumento que nos convence que devemos entregar o cais para o poder privado? Não temos suficientes habilidades coletivas para fazer um projeto ali? Não temos o que fazer ali? Não somos uma cidade devidamente criativa para ocupar o local? O que a iniciativa privada tem, que a coletividade dos habitantes de Porto Alegre não tem, para merecerem mais o direito de uso e arrendamento por 50 anos da região? O Dado Bier, o Jaime Lerner, O Hotel Hilton ou a construtora Camargo Correa (ou Odebrech, sei lá) é melhor que nós para nos tomar a área?
7- Além de levarem o butim dos terrenos para lá de bem posicionados, o que os agraciados privados com a área deverão dar em troca para os habitantes que lhe doarão a área? Suponho que farão e cuidarão de dois hospitais de pronto socorro para 400 leitos de emergência por 150 anos, para mantermos o mesmo patamar de custos/benefício.
8- Para que(m) serve o nosso pôr-do-sol?
Nenhum comentário:
Postar um comentário